por Nuno Saraiva, em 18.10.04
Quem vê, Senhora, claro e manifesto
o lindo ser de vossos olhos belos
se não perder a vista só em vê-los
já não paga o que deve a vosso gesto.
Este me parecia honesto;
mas eu, por de vantagem merecê-los
dei mais a vida e alma por querê-los
donde já não me fica mais de resto.
Assi que a vida e alma e esperança
e tudo quanto tenho, tudo é vosso,
e o proveito disso eu só o levo.
Porque é tamanha bem-aventurança
o dar-vos quanto tenho e quanto posso
que, quanto mais vos pago, mais vos devo.
Para a Lucyta, Luiz Camões