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Este é o meu canto cultural. Onde escrevo sobre a tecnologia que me rodeia, a internet, a música. Os livros que leio e tudo o que está à minha volta e me interessa.
Na guerra das Big 4, Price e Ernst levaram a melhor sobre KPMG e Delloite, ao conseguirem um trabalho que lhes dará publicidade gratuita e corporativa por todo o mundo.
A Price vai auditar a aplicação do plano bailout de Wall Street (a aplicação dos 700 mil milhões de US Dollars)
Por sua vez, a Ernst vai prestar apoio contabilistico em geral. (link).
Por cá, a ir avante as garantias que o Estado proporcionará aos bancos, será como de costume: O Executivo com total liberdade para decidir o que transferir, como tranferir e para quem transferir, e o Tribunal de Contas, se quiser que audite. (Sim, porque não passa pela cabeça de ninguém, nem pode acontecer, o Tribunal de Contas não conseguir efectuar uma auditoria por uma questão de limitação de âmbito).
Um dos conceitos que sempre tive presente ao olhar para o Balanço duma empresa, é que este, ou melhor o seu saldo - os capitais próprios - sempre deveria espelhar o valor da empresa. Se o mercado não fosse especulativo, seria o valor da capitalização bolsista.
Como a especulação existe, um Balanço que espelhasse o verdadeiro valor da empresa, permitiria a quem pretendesse investir realmente no negócio, adquirindo parte do capital da empresa, soubesse quanto estaria a pagar a mais ou a menos pela empresa (goodwill ou badwill).
Porém, a génese do Balanço, não foi a correcto espelhar do valor da empresa, mas a sua situação financeira, baseando-se essencialmente nos movimentos financeiros: Quanto devem à empresa, quanto deve a empresa e que meios tem.
Nos últimos anos, têm vindo a ser feitas alterações, no sentido de reconhecer os activos da empresa, mesmo os intangíveis que surgem na empresa, que a empresa cria sem desembolsar um valor monetário.
Esta acção (por exemplo uma empresa de informática, desenvolver determinado algoritmo e "decidir" que vale 100.000 Euros e simplesmente colocá-lo no Activo da empresa) é actualmente a que mais divide os técnicos de todo o mundo e mais entraves coloca na aplicação das IFRS, que ainda assim não são tão permissíveis e manipuláveis como alguns querem fazer parecer.
A verdade é que mesmo as IFRS deixam de parte o grande activo das empresas hoje em dia: O CAPITAL INTELECTUAL.
Quanto vale Steve Jobs no Balanço da Apple? Não está reflectido. Mas faz indubitavelmente parte do Activo da empresa. A grande razão para que não se considerem valências pessoais como Activo, é o facto de a empresa não controlar as pessoas, uma das características básicas da definição de Activo.
Imagine-se a seguinte situação, fictícia:
Duas pessoas decidem iniciar uma empresa de design e cada uma dispõe de capital de 200.000 Euros para investir.
Compram o mesmo hardware, o mesmo software, instalam-se em escritórios próximos pagando a mesma renda.
Porém, a empresa ALFA contrata 5 designers conceituados, modernos, com características de team players e paga-lhes 5000 Euros por mês.
A empresa BETA, contrata 2 designers com alguma experiência, e 3 pessoas não qualificadas, pagando 2000 Euros aos primeiros e 1000 aos restantes.
Considere-se que no primeiro ano, as empresas obtiveram o seguinte resultado:
ALFA | BETA | ||
Vendas | 585 | 333 | |
Custos Div. | 200 | 200 | |
Pessoal | 350 | 98 | |
Resultado | 35 | 35 | |
O Balanço de Alfa será tipo este: | |||
Activos | 350 | CP | 235 |
Passivo | 115 | ||
O Balanço de Beta poderá ser: | |||
Activos | 300 | CP | 235 |
Passivo | 65 |
Quem olha para os Balanços conclui que as empresas têm o mesmo valor. Conclui ainda que a empresa B é mais solúvel (consegue transformar os activos em dinheiro mais facilmente (por serem menos e do mesmo tipo [1])) e será melhor em rácios diversos como por exemplo a Autonomia Financeira.
Qual das empresas tem efectivamente mais valor?
[1] A não solubilidade de Activos nos Balanços das empresas dava para uma Tese.
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Assim sendo, decidi oferecer uma torre.
Sem pensar, na ilusão que eu estava distraído, não pensando sequer no que estava eu a pensar para fazer tal disparate; ele elimina a torre;
E claro, não era disparate. Foi checkmate :D
Infelizmente, esta é por vezes uma medida de estratégia militar. Antigamente, quando a guerra era mais homem vs homem, uma estratégia vencedora era mandar 10% dos homens para um ponto importante do inimigo, mandar informadores espiões, espalhar a notícia. O inimigo muitas vezes, descurava o quartel general para ir acudir a outra localização, e o quartel era atacado em massa. Claro está que os 10% provavelmente morriam.
Enfim é cruel a guerra.
Felizmente a minha decisão, apenas provocou um sentimento momentâneo de raiva em alguém.