Fui este fim-de-semana ver o
Kill Bill 2, o que mais concretamente significa que fui acabar de ver o Kill Bill.
O Kill Bill, nem sei bem porquê, foi um dos filmes que mais gostei de ver no cinema. É um filme que se olha e está bem feito. É um filme com arte.
Para falar verdade gostei mais do primeiro, saí de lá mais bem disposto, talvez pela surpresa dos efeitos. Um factor muito importante é o facto da história não ser continua e os momentos passados não serem em flashback, mas como se fosse um file a que só estívessemos acesso naquele momento. Esta técnica de apresentar o argumento, faz com que o espectador tenha que usar o raciocínio. Não estamos ali monotonamente a seguir a história. Não há um final lógico e correcto.
Normalmente nos filmes toda a gente adivinha o que vai acontecer a seguir e no fim, no Kill Bill, isso é muito díficil.
Filme cheio de pormenores técnicos. Uma banda sonora muito original, baseada em filmes de Kung-fu (Nunca tinha escrito esta palavra, não sei se está bem). A inserção dos desenhos animados, do fundo azul, das imagens a preto e branco, de todos os pormenoreszinhos, está muito gira.
O genérico final do Kill Bill está brilhante. Parece o ínicio dum filme tipo Casablanca (Até a fonte dos nomes).
O final em si próprio está demais... Acho que era o que toda a gente esperava.. Um grande duelo de acção, cheio de espectacularidade, na praia à luz da lua cheia.. Quarantino, genial. Toda a gente esperava que a espada que Hanzo fez para Beatrix fosse decisiva no duelo final. Mas, não se compara uma Hanzo com outra Hanzo. Quarantino, mais uma vez, genial e coerente.
Os errosNão sou propriamente o tipo de pessoa que esteja à espera de erros mas houve três situações que me ficaram na memória e penso que não só a mim.
· Quando Beatrix derrota o "Team 88" ficamos com a sensação que é imaginação a mais.. Lembra Rambo... Achei um exagero.. Será que foi propositado?? Apenas para nos apresentar uns efeitos?? (A música, a cor e a imagem mudaram nesta cena).
Não sei, mas tirou um bocadinho de consistência ao que vinhamos assistindo. Até ali, tudo parecia acessível. Depois...
· No segundo filme, a situação é identica, antes do momento mais cómico do filme, a ida de Beatrix ao bar, beber um copo de água, a maneira como saíu viva das mãos do irmão de Bill. Não sei se é possível, mas não fiquei convencido.
· Mas os anteriores não são erros técnicos. São erros de escolhas... Agora erro técnico, é na luta da Beatriz com a fulana sem olho. A Beatrix despeja-lhe na cara uma lata cheia daquela feijoada ou papa nojenta que o irmão do Bill comia, e na cena seguinte ela aparece limpinha, com os seus cabelos loiros, imaculados.
Mas isto foram apenas três pontinhos, num filme muito bom que me deu muito prazer ver.