por Nuno Saraiva, em 20.06.07
A comunicação social generalista anda cada vez mais inflamada e cada vez menos informativa. E então anda toda a gente a falar da OPA à Benfica SAD, sem saber o que diz. Aliás, sem saber o que é uma SAD.
Uma SAD é uma empresa criada com a missão de gerir o futebol de determinado clube. Fica assim com os activos, as responsabilidades, as receitas e os custos relacionados com aquela actividade, bem como a responsabilidade da gestão.
As Sads têm vários accionistas. Por norma o clube, tem, no mínimo 50% + uma acção. E os restantes são accionistas normais, que podem ser singulares ou empresas.
A SAD não tem que prestar contas aos sócios do clube. (Isto na Lei, porque tem que agradar à população para manter receitas de bilheteira, merchadising, etc). A SAD prestas contas aos seus accionistas, que no caso do Benfica SAD, são o Benfica, Manuel Vilarinho, Luís Vieira, Joaquim Oliveira e outros.
Ao contrário do que se tem dito, a OPA não vai encher os cofres do Benfica. Nem sequer da SAD.
O dinheiro vai direitinho para os actuais donos de acções que as decidam vender.
A única vantagem que uma OPA poderá trazer para o Benfica será uma nova gestão do seu futebol, o que às vezes até se pode tornar numa desvantagem.
O que eu gostava de saber, era quais os planos da Metalgest, para que as acções da Benfica SAD sejam rendíveis. Qual o plano de actividades, estratégias, e quando se prevê retorno do investimento.
Porque na prática a OPA resume-se a uma coisa. Mudam as pessoas que mandam.
Tanto festival fazem as televisões.